Recife, Pernambuco - Brasil

31/08/2009 - Analise conjuntural julho/09

 

SECRETARIA DE AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA

 
CENTRO DE ABASTECIMENTO ALIMENTAR DE PERNAMBUCO - CEASA/PE - O.S

COMPARATIVO DOS PREÇOS(MAIS COMUM) EM NÍVEL DE ATACADO








PRODUTOS UNIDADE DIAS VARIAÇÃO

A B C C/A C/B


30/06/09 30/07/09 31/07/09 SEMANAL MENSAL


(R$) (R$) (R$) (%) (%)
1. HORTALIÇAS





Abóbora Kg 1,30 1,20 1,27 5,83 (2,31)
Alface 0,42 0,15 0,18 20,00 (57,14)
Alho Nacional Cx 10 Kg 63,10 63,00 64,45 2,30 2,14
Batatinha Sc 50 Kg 99,50 70,00 76,36 9,09 (23,26)
Batata Doce Arroba 15,90 14,00 14,32 2,29 (9,94)
Cebola Pera Sc 20 Kg 17,10 17,00 16,32 (4,00) (4,56)
Cebolinha Mol. 1kg 1,95 1,00 1,00 - (48,72)
Coentro Mol. 5a7kg 11,75 10,00 5,95 (40,50) (49,36)
Cenoura Kg 1,34 1,00 1,05 5,00 (21,64)
Chuchu Cento 6,25 8,00 9,73 21,63 55,68
Inhame da Costa Arroba 35,80 20,00 29,05 45,25 (18,85)
Milho verde 50 espigas 16,80 12,00 10,68 (11,00) (36,43)
Pepino Kg 0,47 0,50 0,57 14,00 21,28
Pimentão Cento 27,00 20,00 20,00 - (25,93)
Repolho Kg 1,66 1,00 1,30 30,00 (21,69)
Tomate Cx 30 Kg 41,25 40,00 30,00 (25,00) (27,27)
Vagem Kg 3,08 1,50 1,73 15,33 (43,83)
2. FRUTAS





Abacaxi Cento 111,00 100,00 91,82 (8,18) (17,28)
Banana Pacovan Cento 8,00 8,00 8,00 - -
Coco Seco Cento 100,00 100,00 100,00 - -
Coco Verde Cento 60,00 50,00 52,73 5,46 (12,12)
Goiaba Cx 25kg 30,95 30,00 31,59 5,30 2,07
Laranja Pera Cento 9,45 8,00 8,41 5,13 (11,01)
Limão Taity Cento 4,70 6,00 5,36 (10,67) 14,04
Maracujá Cento 24,45 20,00 18,18 (9,10) (25,64)
Melancia Kg 0,70 0,70 0,66 (5,71) (5,71)
Melão Espanhol Kg 1,95 1,50 2,00 33,33 2,56
Mamão Hawaí Kg 1,23 1,20 1,14 (5,00) (7,32)
Maçã Nacional Cx 18 Kg 34,35 34,00 35,05 3,09 2,04
Uva Itália Cx 20 Kg 30,00 50,00 38,64 (22,72) 28,80

3. CEREAIS







Açucar Cristal Sc 50 Kg 66,56 61,60 63,55 3,17 (4,52)
Açucar Cristal Frd 30 Kg 39,83 37,40 38,01 1,63 (4,57)
Arroz Beneficiado TP1 Frd 30 Kg 47,58 46,00 46,00 - (3,32)
Arroz Branco TP1 Frd 30 Kg 53,22 55,80 55,89 0,16 5,02
Farinha de Mandioca TP2 Frd 30 Kg 31,08 30,00 30,91 3,03 (0,55)
Feijão Carioquinha TP2 Frd 30 Kg 48,55 50,00 51,27 2,54 5,60
Feijão Carioquinha TP1 Frd 30 Kg 68,83 65,00 66,36 2,09 (3,59)
Mamona Sc. 60kg 52,00 60,00 52,00 (13,33) -
4. CARNES / AVES / LATICÍNIOS





Boi Gordo Arroba 15Kg 82,50 82,50 82,50 - -
Carcaça Suina Kg 4,00 4,00 4,00 - -
Caprino/Ovino Arroba 15Kg 112,50 112,50 112,50 - -
Frango-Resfriado Kg 3,60 3,80 3,78 (0,53) 5,00
Frango-Congelado Kg 2,49 2,59 2,58 (0,39) 3,61
Frango-Vivo Kg 2,56 2,70 2,69 (0,37) 5,08
Leite In Natura (Indústria) Litro Sinf. Sinf. Sinf. - -
Leite In Natura (Produtor) Litro Sinf. Sinf. Sinf. - -
NOTA : Os números entre parênteses representam a queda percentual no comportamento dos preços.

       
       







 

 5 – PONDERAÇÕES TÉCNICAS:

Grupo I (Hortaliças / Tubérculos)


O segundo semestre caracteriza-se pela oferta maior e preços atrativos para o consumidor - em função do período de safra da grande maioria das hortícolas, salvo algum fato especifico ou alteração climática significante, os valores praticados na CEASA são muitos inferiores aos de outros pontos comerciais, consolidando este centro como a melhor opção de compras, já que ele atua como distribuidor e regulador do mercado.

Faremos alguns comentários sobre as oscilações e outros que achamos pertinente.

Abóbora – apesar do recuo na média de preços de julho com relação a junho, os valores continuam bastante elevados, e acima da média histórica ou seja R$ 0,75 o Kg.

A abobora tem uma oferta muito regular e equilibrada com a demanda ao longo do ano, proveniente dos estados do Maranhão, Sergipe, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

As inundações com bloqueios nas estradas provocada pelas chuvas que ocorreram no NE, sobretudo no Maranhão principal fornecedor do produto, deram suporte aos preços elevados. Todavia a tendencia agora é aumento da oferta e queda gradativa dos preços em nível de consumidor, já que a safra ocorre de abril a outubro.

Alface, Cebolinha e Coentro por serem culturas de características de cultivo peculiar, ciclo vegetativo curto e muito susceptível as boas condições climáticas, tem oscilações abruptas na oferta e no preço, como a queda expressiva ocorrida com o alface o coentro e a cebolinha.

A tendência é de elevação da oferta e queda dos preços em nível de consumidor, no curto, médio e longo prazo.

Alho nacional – historicamente de março a setembro há uma tendência altista, com destaque para maio, junho, julho e agosto, período da entressafra por conta das condições climáticas (excesso de chuva) prejudicando toda logística de produção, colheita e transporte nas regiões Sul (Santa Catarina), Sudeste (São Paulo e Minas Gerais), Centro Oeste (Cristalina). O mercado também opera com boa movimentação do produto importado da China.

Vale salientar que os preços praticados em julho ultrapassaram muito os valores históricos de R$ 43,00 a cx com 10kg.

Batatinha– embora o preço tenha recuado em julho (23,26%) com relação a junho, historicamente no período de abril a julho a oferta e a qualidade diminui e abre espaço para aumento dos preços, este fato ocorre pelas dificuldades da colheita alem de toda restrição logística. Com armazenamento e transporte, em função das variações do clima (chuvas, temperatura alternada e ventilação), porém a tendência agora é de aumento da oferta e recuo gradativo dos preços, em nível de consumidor. Vale ressaltar que o valor médio histórico gira em torno de R$ 1,00.

Batata doce – apesar da queda de (9,94%) o preço médio de R$ 14,00 a arroba de 15 Kg em julho, ainda estar bastante elevado reflexo da diminuição da oferta, decorrente do período da entressafra que ocorre de março a julho.

Porém a tendência é de recuo gradativo dos preços em nível de consumidor no curto e médio prazo, decorrente do período de safra que ocorre de agosto a novembro.

Cebola Pera a queda percentual de (4,56%) no preço em julho com relação a junho, decorre do aumento da oferta regional, a colheita de variedades precoce e graças a proximidade do período de safra que ocorre de setembro a janeiro com destaque para outubro e novembro.

Vale registrar também a previsão do aumento de 6,5% na produção nacional em 2009, com relação a 2008. No entanto o abastecimento nacional do bulbo no segundo semestre é praticamente feito pelo NE, vale do São Francisco (PE e BA), aumentando a demanda e os preços no curto prazo, não obstante o incremento da oferta.

Cenouraa queda de 21,64% no preço é reflexo do aumento da oferta, em virtude da proximidade do período de safra que ocorre entre agosto e dezembro, com preços atrativos para o consumidor, sobretudo em setembro e outubro, o valor médio histórico é de R$ 0,90 o kg.

Chuchu – por conta de sua produção ter alta dependência nas boas condições climáticas (sobretudo temperatura), sofre grande oscilações na oferta e no preço.

Porém no meses de julho e agosto, os preços tendem a subir em nível de consumidor. Vale ressaltar que o preço médio histórico é de R$14,00 o cento ou R$ 0,46, o kg.

Inhame da costa – a queda de (18,85%) no preço em julho reflete recuo da demanda por conta dos preços elevados em junho, direcionando o consumo para o cará são tomé.

A tendência é de preços atrativos para o consumidor de agosto a novembro, período de safra do produto ficando inclusive na faixa histórica ou seja R$ 22,00 a arroba de 15kg ou R$ 1,47 o kg.

Pepino – a regularidade da oferta praticamente o ano todo, acarreta uma estabilidade nos preços com oscilações moderadas, a tendência é de aumento discreto no curto médio prazo, o valor médio histórico fica em torno de R$ 0,50 e R$ 0,60 o kg

Pimentão – apesar da queda pontual de (25,93%), no preço em julho a tendência no curto prazo ainda é de valores elevados e fora da faixa média histórica ou seja R$ 15,00/16,00 o cento ou R$ 1,44 o kg. Reflexo do período de entressafra que ocorre entre fevereiro e agosto. Outra variável que tem provocado a diminuição da oferta é o controle maior e o monitoramento na utilização de agroquímicos no produto por parte da ADAGRO/CEASA-PE.

Repolho – apesar da queda gradativa de (21,69%) o preço continua acima da media histórica ou seja R$0,90 o kg, reflexo do período de entressafra que ocorre de março a julho.

Tomateapesar da queda de (27,27%) na média dos preços em julho, com relação a junho este valor continua acima da média histórica de R$ 24,00 a cx de 30kg, em função da entressafra regional do produto, que ocorre entre fevereiro e julho diminuindo a oferta e abrindo espaço para aumento dos preços. Todavia o consumidor certamente irá se beneficiar com preços bem atrativos abaixo do patamar histórico no período de agosto a dezembro, em virtude da safra regional colhido no sertão e agreste setentrional do estado.

Vagem – o aumento gradativo na oferta decorrente da proximidade com o período de safra que ocorre de setembro a fevereiro, provoca recuo dos preços na ordem de (43,83%) em julho com relação a junho. A tendência é de preços atrativos para o consumidor no período supra-citado.

Vale ressaltar que o valor médio histórico é de R$ 1,74 o kg.


Sugestões de consumo: Abobora, Cenoura, Alface, Coentro Cebolinha Pepino e Tomate.


Grupo II (Frutas)

Abacaxi – O recuo de 17,28% no preço em julho com relação a junho é reflexo do aumento da oferta, decorrente da proximidade com o período de safra, que ocorre entre agosto e janeiro, se intensificando de setembro a dezembro, com valores bem atrativos em nível de consumidor o valor médio histórico fica em torno de R$ 78,00 o cento.

Coco verde– a queda progressiva de (12,12%) no preço em julho reflete recuo da demanda em função das condições climáticas(período chuvoso) e mesmo a tentativa do preço de se aproximar da média histórica ou seja R$ 40,00 o cento.

Goiaba – o aumento médio de 2,07% no preço em julho com relação a junho decorre da infestação de nematóides nas goiabeiras no Vale do São Francisco, que reduziu drasticamente a produção, a qualidade e a quantidade da goiaba ofertada na CEASA. Com isto o preço da caixa com 25kg estar bem acima do valor médio histórico, ou seja R$ 20,00 a cx com 25kg ou R$ 0,82 o kg. A expectativa dos preços é de queda, em agosto e setembro historicamente se constata este recuo.

Laranja pera – a queda gradativa de (11,01%) no preço em julho com relação a maio, decorre do aumento da oferta e da qualidade, reflexo do período de safra que ocorre de junho a novembro, portanto a tendencia é de queda gradativa do preço no curto e médio prazo.

Vale ressaltar que o valor médio gira em torno de R$ 0,39 o kg ou R$ 8,00 o cento.

Limão taity – a diminuição da oferta e da qualidade decorrente da proximidade com o período de entressafra que ocorre de agosto a dezembro, provocou um aumento médio de 14,04% no preço em julho com relação a junho. A tendência é de valores elevados neste período, principalmente em setembro, outubro e novembro.

Maracujáapesar da queda de (25,64%), no preço em julho com relação a junho, a tendência é altista reflexo do período da entressafra que ocorre de agosto a outubro.

Outra variável que contribui para este cenário é a visível diminuição da produção regional, em virtude da migração para outras culturas mais rentáveis.

Melanciaembora o preço tenha recuado (5,71%), em julho com relação a junho, os valores estão acima da média histórica ou seja R$ 0,40 o kg, A tendência é de aumento da oferta e queda dos preços em nível de consumidor de agosto a janeiro período de safra do produto.

Melão espanhol – o aumento de 2,56% em julho com relação a junho, é reflexo da retração da oferta em função da entressafra que ocorre entre março e agosto, a tendência é de recuo gradativo dos preços tendo em vista a proximidade do período de safra que ocorre de setembro a fevereiro.

Mamão hawai – apesar da queda no preço de (7,32%) em julho com relação a junho, o valor continua acima da média histórica ou seja R$ 1,00 o kg, a tendência é de preços elevados para o consumidor. Este cenário é decorrente do período da entressafra que ocorre de julho a dezembro com uma oferta reduzida e preços alterados.

Maçã nacional – o aumento relativo de 2,04% em julho é um realinhamento de preços para os níveis médios históricos já que os preços estão aquém dos valores históricos, ou seja, R$ 2,00 o kg ou 36,00 a cx com 18kg.

O período de safra ocorre de março a agosto, portanto a tendência ainda é de preços atraentes para o consumidor no curto prazo.

Uva itália – embora majorado em 28,80% em julho, o preço continua abaixo do nível médio histórico ou seja em torno de R$ 44,00 a cx com 20kg. A tendencia é altista sobretudo de setembro a março. período da entressafra a oferta e a qualidade cai e os preços se elevam em nível de consumidor.

Sugestões de consumo: Abacaxi, banana, graviola e laranja.

Grupo III (Cereais/Oleaginosas).

Açúcar – apesar de estarmos em plena colheita da safra 2009/2010 do centro-sul do país, que corresponde a 85% da produção nacional, estimada em 39,5 milhões de toneladas. O aumento das exportações provocada principalmente pela valorização da commodity na bolsa de Nova York, a crescente demanda do consumo global e a redução significante na produção da Índia, segundo maior produtor mundial.

A conjunção desses cenários dão sustentação e apontam para aumento ainda maiores aos preços no mercado interno.

Obs.: O preço neste período do ano passado era de R$ 37,69 e hoje se encontra na faixa de 63,55 o saco de 50Kg, 69% maior.

Arroz – apesar da produção nacional 2008/2009, estimada em 12.7 milhões de toneladas os preços do arroz beneficiado em nível de atacado, estão bastante elevados, puxados pela progressiva elevação da demanda global, sobretudo China, Índia e alguns Países do continente Africano, como há um forte ajuste entre oferta e demanda global 625 e 623,7 milhões de toneladas respectivamente deixam os estoques de passagem baixos. No entanto o final da colheita no sul do pais, onde se localiza o maior produtor (Rio Grande do Sul), confirma um arrefecimento dos preços no curto prazo, em nível de consumidor.

Feijão – A previsão total de uma safra em torno de 3.524 (três milhões, quinhentos e vinte quatro mil toneladas) em 2008/2009, superior em 0,01% a produção de 2007/2008, aumentou em 3mil toneladas, a oferta e reduziu o preço de R$ 134,09 para R$ 66,36 ou seja 103% se comparado com julho/2008.

Grupo IV (Carnes e Lacticínio).

Boi gordo – mudança no ciclo produtivo, decorrente do abate de matrizes e redução de investimento provocado pelos preços baixos pagos ao produtor nos últimos 03 anos, reduziu a oferta de animais, acarretando um aumento no preço em nossa região.

Vale ressaltar que o preço em julho/2008 estava em torno de R$ 85,00 e hoje se encontra na faixa de R$ 82,00 a arroba, queda relativa de 5%. A expectativa é de queda dos preços em função da maior disponibilidade de animais nos frigoríficos, reflexo da oferta maior por parte dos produtores.

Frango – as oscilações constatadas durante o mês de julho, com relação a junho, decorre principalmente, da variação das cotações dos insumos (milho e soja) nas bolsas afetando o custo de produção.


Fonte : SIMA - PE (DISQUE CEASA FONE : 3182-3545 - 08002813966 - FAX: 3182-3534





Elaboração : Departamento Técnico/Supervisão de Informação e Acompanhamento de Mercado





Acesso a internet : www.ceasape.org.br

 

Recife, 31 de julho de 2009

Marcos Antônio Barros

Chefe do Setor de Informações de Mercado Agrícola


 

Fonte: DETEC