Recife, Pernambuco - Brasil

31/01/2009 - Análise conjuntural janeiro/09

SECRETARIA DE AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA





   
CENTRO DE ABASTECIMENTO ALIMENTAR DE PERNAMBUCO - CEASA/PE- O.S


   
COMPARATIVO DOS PREÇOS (MAIS COMUM) EM NÍVEL DE ATACADO


 





   
PRODUTOS UNIDADE DIAS



A B C C/B C/A

31/12/08 29.01.09 31/01/09 SEMANAL MENSAL


(R$) (R$) (R$) (%) (%)
1. HORTALIÇAS



   
Abóbora Kg 0,89 1,60 1,33 (16,88) 49,44
Alface 0,28 0,20 0,22 10,00 (21,43)
Alho Nacional Cx 10 Kg 38,00 37,00 37,20 0,54 (2,11)
Batatinha Sc 50 Kg 63,75 90,00 78,00 (13,33) 22,35
Batata Doce Arroba 13,25 14,00 13,20 (5,71) (0,38)
Cebola Pera Sc 20 Kg 20,35 22,00 20,70 (5,91) 1,72
Cebolinha Mol. 1kg 0,92 0,80 0,92 15,00 -
Coentro Mol. 5a7kg 6,40 6,00 5,75 (4,17) (10,16)
Cenoura Kg 0,97 0,80 1,23 53,75 26,80
Chuchu Cento 20,65 19,00 26,65 40,26 29,06
Inhame da Costa Arroba 20,00 32,00 28,10 (12,19) 40,50
Pepino Kg 0,56 0,50 0,52 4,00 (7,14)
Pimentão Cento 15,00 12,00 11,30 (5,83) (24,67)
Repolho Kg 1,23 0,80 1,00 25,00 (18,70)
Tomate Cx 30 Kg 56,50 30,00 32,50 8,33 (42,48)
Vagem Kg 2,18 1,50 1,63 8,67 (25,23)
2. FRUTAS
     

Abacaxi Cento 72,50 160,00 127,50 (20,31) 75,86
Banana Pacovan Cento 7,00 5,00 5,00 - (28,57)
Coco Seco Cento 77,00 70,00 70,00 - (9,09)
Coco Verde Cento 70,00 80,00 79,00 (1,25) 12,86
Goiaba Cx 25kg 27,30 30,00 28,30 (5,67) 3,66
Laranja Pera Cento 7,00 8,00 8,00 - 14,29
Limão Taity Cento 7,05 6,00 5,65 (5,83) (19,86)
Maracujá Cento 19,05 25,00 26,90 7,60 41,21
Melancia Kg 0,40 0,40 0,40 - -
Melão Espanhol Kg 0,60 0,80 0,77 (3,75) 28,33
Mamão Hawaí Kg 1,36 1,00 1,15 15,00 (15,44)
Maçã Nacional Cx 18 Kg 49,30 46,00 46,25 0,54 (6,19)
Uva Itália Cx 20 Kg 48,25 55,00 52,00 (5,45) 7,77
3. CEREAIS
     

Açucar Cristal Sc 50 Kg 37,79 41,50 39,48 (4,87) 4,47
Açucar Cristal Frd 30 Kg 22,67 28,00 25,13 (10,25) 10,85
Arroz Beneficiado TP1 Frd 30 Kg 55,64 56,69 57,26 1,01 2,91
Arroz Branco TP1 Frd 30 Kg 57,98 58,00 57,98 (0,03) -
Farinha de Mandioca TP2 Frd 30 Kg 28,96 33,00 32,18 (2,48) 11,12
Feijão Carioquinha TP2 Frd 30 Kg 75,80 50,00 71,00 42,00 (6,33)
Feijão Carioquinha TP1 Frd 30 Kg 81,78 70,00 81,70 16,71 (0,10)
Mamona Sc. 60kg 64,00 60,00 60,00 - (6,25)
4. CARNES / AVES / LATICÍNIOS

   

Boi Gordo Arroba 15Kg 84,95 83,00 84,35 1,63 (0,71)
Carcaça Suina Kg 5,01 5,20 5,20 - 3,79
Caprino/Ovino Arroba 15Kg 120,00 120,00 120,00 - -
Frango-Resfriado Kg 3,63 3,40 3,47 2,06 (4,41)
Frango-Congelado Kg 2,81 2,29 2,57 12,23 (8,54)
Frango-Vivo Kg 2,58 2,10 2,30 9,52 (10,85)
Leite In Natura (Produtor) Litro Sinf. Sinf. Sinf. - -
Leite In Natura (Indústria) Litro Sinf. Sinf. Sinf. - -
NOTA : Os números entre parênteses representam a queda percentual no comportamento dos preços.
   
Fonte : SIMA - PE (DISQUE CEASA FONE : 3182-3545 - 08002813966 - FAX: 3182-3534
         
Elaboração : Departamento Técnico/Supervisão de Informação e Acompanhamento de Mercado
         
Acesso a internet : www.ceasape.org.br
         

5 - PONDERAÇÕES TÉCNICAS:



Grupo I (Hortaliças / Tubérculos)


As variações de preços com predomínio de queda ocorridas em janeiro são absolutamente normais para o segmento hortigranjeiro, e decorre em parte da acomodação do consumo, já que em dezembro a demanda é maior por conta das festividades natalinas, as altas verificadas refletem as adversidades climáticas no centro-sul do país, com efeito direto sobre a batatinha e a cebola.

Todavia os preços praticados na CEASA-PE são muitos inferiores aos de outros pontos comerciais. Consolidando este centro com a melhor opção de compras já que ele atua como distribuidor e regulador de mercado.


Alguns comentários sobre as oscilações e outros fatos pertinentes.


Abóbora o aumento de 49,44% é reflexo do final da safra que ocorre de agosto a novembro, com diminuição na quantidade ofertada, do produto oriundo de PE, BA e SE. A tendência é de oferta regular e preços elevados com produto de origem, do Rio Grande do Norte e Maranhão, em todo 1º semestre.


Alface e Coentro - por serem culturas de características de cultivo peculiar, ciclo vegetativo curto e muito susceptível as boas condições climáticas, tem oscilações abruptas na oferta e no preço, apesar na queda de 21,43 e 10,16 respectivamente a tendência e de preços elevados no período de fevereiro a junho, em função da entressafra.


Alho nacional com a queda de 2,11%, os valores praticados na CEASA, ficaram muito abaixo dos níveis históricos de R$ 48,00 cx. com 10kg. A produção nacional vem apresentando crescimento, o mercado opera com boa movimentação do produto, quer de procedência interna e importada da China e da Argentina. A oferta deverá continuar elevada e os valores de comercialização ainda mais atraentes para o consumidor.


Batatinhahistoricamente a partir de novembro e sobretudo em dezembro e janeiro, a oferta oscila e a qualidade diminui abrindo espaço para aumento dos preços. Este fato ocorre em função das chuvas na Região Sul e Sudeste do País, sobretudo em Minas Gerais, maior produtor nacional, criando dificuldades logísticas com armazenamento e transporte, reflexo das variações do clima (chuva, temperatura alternada e ventilação) provocando o apodrecimento do produto ao longo da comercialização.

A tendência é de alta no curto prazo, a queda dos preços dependerá das condições climáticas, já que existe produto no campo. Vale ressaltar que o valor médio, fica em torno de R$ 1,00 o kg. Portanto os preços praticados em janeiro ficaram muito acima desta média histórica.


Batata doceo preço médio de R$ 13,20 a arroba de 15 Kg., estar elevado e fora do patamar histórico, ou seja R$ 10,50, reflexo da diminuição da oferta, decorrente do período da entressafra que ocorre de janeiro a junho.

Portanto a tendência é altista no curto e médio prazo.


Cebola peraO aumento de 1,72% reflete a diminuição da oferta, em função do final da safra do Vale do São Francisco que ocorre de agosto a novembro, agravado pelas péssimas condições climáticas da região sul e sudeste, sobretudo Santa Catarina, maior produtor nacional a expectativa é de que os preços continuem elevados no curto médio e longo prazo.



Cenouraa oscilação positiva de 26,80% no preço, reflete a diminuição da oferta provocada pela entrada da entressafra que ocorre de janeiro a junho, a tendência é de aumento gradativo, no curto e médio prazo.


Chuchupor conta de sua produção ter alta dependência nas boas condições climáticas (sobretudo temperatura), sofre grande oscilação na oferta e no preço. A tendência é de elevação discreta dos preços em nível de consumidor no curto e médio prazo. Vale ressaltar que o preço médio histórico é de R$ 15,00 o cento ou R$ 0,51 o quilo.


Inhame da costahistoricamente em janeiro e fevereiro período da entressafra a oferta se retrai, elevando os preços em nível de consumidor. Portanto a tendência é altista no curto prazo.

Vale salientar que o preço médio histórico é de R$ 24,00 a arroba de 15 Kg.


Pepinoos meses de dezembro e janeiro, são caracterizados por uma boa oferta, justificando a queda de 7,14% no preço. No entanto a tendência para fevereiro e março é de aumento discreto desses valores.


PimentãoA queda de 24,67% no preço reflete a boa oferta do produto, decorrente do período de safra que ocorre de setembro a janeiro, estes valores estão bastante atrativos para o consumidor e bem abaixo da média histórica, ou seja R$ 17,00/18,00 o cento ou R$ 1,65 o Kg.


Repolho A regularidade da oferta em janeiro provocou a queda dos preços, a partir de fevereiro a exemplo da maioria das hortícolas a oferta diminui em função da instabilidade climática e abre espaço para aumento desses valores em nível de consumidor.


TomateA queda de 42,48% no preço em janeiro com relação a dezembro foi provocada pela retração do consumo em virtude dos altos preços praticados no segmento varejista e uma diminuição no deslocamento do produto para outras praças.


VagemA queda relativa de 25,23% no preço decorre da boa oferta provocada pelo período de safra, que ocorre de outubro a janeiro a tendência agora é de elevação gradual dos preços, em virtude da proximidade da entressafra que incide mais intensamente de março a agosto.


Sugestões de consumo: Alho, Pepino, Pimentão, Tomate e Vagem.


Grupo II (Frutas)


AbacaxiO aumento de 75,86% no preço em janeiro é reflexo da diminuição da oferta decorrente da proximidade com o período da entressafra, que ocorre entre fevereiro e julho, a expectativa é de preços bastante elevados no curto, médio e longo prazo.


Banana pacovanApesar da queda de 28,57% em virtude da boa oferta decorrente do período de safra, que ocorre entre setembro e janeiro, a expectativa é de elevação dos preços a partir de fevereiro se estendendo até agosto, época da entressafra.

 

Coco secoA retração da demanda em janeiro após as festividades natalinas provocou a queda de 9,09% no preço, contudo este valor ainda estar acima da média histórica que é em torno de R$ 65,00 o cento, em virtude da diminuição da oferta procurada pela entressafra que se estende de setembro a fevereiro. Portanto a expectativa é de preços ainda mais elevados no curto prazo.




Coco verdeo aumento relativo de 12,86% no preço em janeiro, reflete o aquecimento da demanda em função do verão, que coincide também com o aumento da oferta decorrente do período de safra, que ocorre de setembro a janeiro. Portanto a expectativa é de preços elevados no curto e médio prazo. O valor médio histórico é R$ 46,00 o cento.


Goiaba – A infestação de nematóides nas goiabeiras no Vale do São Francisco, reduziu drasticamente a produção, a qualidade e a quantidade da goiaba ofertada na CEASA. Com isto o preço da caixa com 25kg ficou acima do valor médio histórico, ou seja, em torno de R$ 25,00.


Laranja pera – O aumento relativo de 14,29% em janeiro reflete a queda na oferta, decorrente do período de entressafra que ocorre de janeiro a maio, com maior evidência em março e abril. Cabe ressaltar que o preço médio histórico é de R$ 9,30 o cento ou R$ 0,46 o quilo. Portanto muito atrativo para o consumidor.


Limão taity – a queda de 19,86% no preço em dezembro, é reflexo do aumento gradativo da oferta, decorrente do período de safra que ocorre a partir de dezembro, se intensificando de janeiro a maio com preços atrativos para o consumidor. O valor médio mensal fica em torno de R$ 6,00 o cento, ou R$ 0,70 o kg.


Maracujá o valor ainda está bastante elevado e decorre da diminuição da produção em virtude da migração para outras culturas mais rentáveis. Vale ressaltar que o preço médio histórico oscila entre R$ 16,00 e 19,00 o cento ou R$ 1,40 o quilo. A tendência é de queda do preço no curto prazo, já que o período de safra ocorre entre fevereiro e julho.

 

Melão espanhol O aumento relativo de 28,33% no preço em janeiro decorre da diminuição da oferta, em função da proximidade do período de entressafra que ocorre de março a agosto. Portanto a tendência é de elevação gradual dos preços no curto e médio prazo. Vale destacar que o preço médio histórico fica em torno de R$ 0,92 o quilo.


Mamão hawai A queda de 15,44% no preço em janeiro reflete um incremento na oferta em virtude do período de safra que ocorre de janeiro a junho com destaque para fevereiro e março, o valor médio histórico é de R$ 1,12 o quilo.


Maçã nacionalA retração do consumo em janeiro com relação a dezembro provocou queda de 6,19% no preço, não obstante estarmos na entressafra, que ocorre de outubro a fevereiro. Embora o preço ainda esteja elevado. O valor médio histórico é de R$ 43,50 a caixa com 18Kg. Ou R$ 2,39 o quilo.


Uva itáliaO aumento de 7,77% no preço em janeiro decorre da diminuição da oferta regional oriunda do Vale do São Francisco, em função do período da entressafra que ocorre de janeiro a março, e também do aumento nos custos de produção com defensivos e principalmente os fertilizantes. A tendência é de elevação gradativa dos preços no curto prazo. O valor médio histórico é de R$ 2,65 o quilo.



Sugestões de consumo: banana, graviola e melancia.







Grupo III (Cereais/Oleaginosas).


Açúcar Em plena entressafra decorrente do final da colheita da safra 2008/2009 do centro-sul do país, que corresponde a 85% da produção nacional, estimada em 32 milhões de toneladas.

O aumento das exportações provocada principalmente pela valorização do dólar sobre o real.

A crescente demanda do consumo de álcool hidratado(combustível) pelos veículos flex no mercado interno e a redução significante na produção da Índia, segundo maior produtor mundial.

A conjunção desses cenários dão sustentação e apontam para aumento ainda maiores dos preços no mercado interno.

Obs.: O preço neste período do ano passado era de R$ 36,34 e hoje se encontra na faixa de 37,79 o saco de 50Kg.


Arrozapesar da produção nacional 2008/2009, estimada em 12.251 milhões de toneladas os preços do arroz beneficiado em nível de atacado, estão bastante elevados, puxados pela progressiva elevação da demanda global, sobretudo China, Índia e alguns Países do continente Africano, como há um forte ajuste entre oferta e demanda global 625 e 623,7 milhões de toneladas respectivamente deixam os estoques de passagem baixos. No entanto o início da colheita no sul do pais, onde se localiza o maior produtor (Rio Grande do Sul), aponta para um arrefecimento dos preços no curto prazo.


FeijãoA previsão total de uma safra em torno de 3.645 (três milhões, seiscentos e quarenta e cinco mil toneladas) em 2008/2009, superior em 3,5% a produção de 2007/2008, aumentou significativamente a oferta e reduziu o preço de R$ 159,85 para R$ 81,70 ou seja 95% se comparado com janeiro/2008, sobretudo agora momento da comercialização da primeira safra que segundo a CONAB terá a produção aumentada entre 11 e 15% não obstante aos problemas climáticos (seca na região sul do Brasil).


Grupo IV (Carnes e Lacticínio).


Boi gordo mudança no ciclo produtivo, decorrente do abate de matrizes e redução de investimento provocado pelos preços baixos pagos ao produtor nos últimos 04 anos, o que reduziu a oferta de animais, acarretando um aumento no preço em nossa região.

Vale ressaltar que o preço em janeiro/2008 estava em torno de R$ 72,50 e hoje se encontra na faixa de R$ 84,35 a arroba, aumento relativo de 16%. Além do aumento dos custos de produção com ração, suplementos minerais etc. Porém a expectativa é de manutenção e queda discreta dos preços em função da maior disponibilidade de animais nos frigoríficos, reflexo da oferta maior por parte dos produtores e da retração das exportações.


Frango as oscilações constatadas durante o mês de janeiro, com relação a dezembro, ou seja, queda de (4,41%) para o frango resfriado, (10,85%) para o vivo e (8,54%) para o congelado, decorre principalmente, da queda expressiva no volume das exportações e das variações significantes no custo de produção sobretudo o milho e a soja, pressionando os preços internos das carnes em geral, principalmente a de frango.





Recife, 31 de janeiro de 2009


Marcos Antonio Barros

Chefe do Setor de Informações de Mercado Agrícola

Fonte: DETEC