Recife, Pernambuco - Brasil

30/11/2012 - Comparativo anual NOVEMBRO/11 com NOVEMBRO/12, com comentários

SECRETARIA DE AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA

 

 

 

 

 

 

CENTRO DE ABASTECIMENTO E LOGÍSTICA DE PERNAMBUCO-CEASA/PE- O.S

 

 

 

COMPARATIVO DOS PREÇOS (MAIS COMUM) EM NÍVEL DE ATACADO 

 

 

PRODUTOS

UNIDADE

INTERVALO

VARIAÇÃO

PREÇO MÉDIO

 

A

B

B/A

 

 

30/11/11

30/11/12

ANUAL

HISTÓRICO

  (R$)

  (R$)

(%)

 

1. HORTALIÇAS

 

 

 

 

 

Abóbora

Kg

1,10

0,78

(29,09)

0,91

Alface

0,29

0,39

34,48

0,31

Aipim (macaxeira)

15Kg

15,15

31,80

109,90

9,90

Alho Nacional

Cx 10 Kg

40,00

84,55

111,38

54,30

Batatinha  

Sc 50 Kg

65,00

98,50

51,54

71,50

Batata Doce

Arroba

15,90

22,00

38,36

14,70

Cará São Tomé

Arroba-15Kg

19,00

49,20

158,95

17,10

Cebola Pera

Sc 20 Kg

21,15

26,95

27,42

21,60

Cebolinha

Mol. 1kg

1,60

1,53

(4,38)

1,68

Cenoura

Kg

1,44

1,50

4,17

1,11

Chuchu

Cento

7,70

24,90

223,38

18,41

Coentro

Mol. 5a7kg

16,20

18,65

15,12

10,80

Inhame da Costa

Arroba

34,55

54,50

57,74

28,65

Pepino

Kg

0,61

1,01

65,57

0,68

Pimentão 

Cento

16,95

17,15

1,18

16,35

Repolho 

Kg

1,25

1,23

(1,60)

1,00

Tomate 

Cx 25 Kg

19,60

26,75

36,48

24,25

Vagem

Kg

2,03

2,68

32,02

2,20

VARIAÇÃO FINANCEIRA EM REAL

279,52

464,07

66,02

 - 

2. FRUTAS

 

 

 

 

 

Abacaxi 

Cento

87,50

130,50

49,14

97,09

Banana Pacovan

Cento

6,00

11,40

90,00

7,24

Coco Seco

Cento

144,00

76,50

(46,88)

83,95

Coco Verde

Cento

80,00

102,50

28,13

67,72

Goiaba

Cx 22kg

33,75

36,00

6,67

26,84

Laranja Pera 

Cento

10,00

13,20

32,00

11,77

Limão Taity 

Cento

22,25

9,10

(59,10)

7,87

Maracujá 

Cento

50,00

55,40

10,80

38,88

Melancia

Kg

1,32

0,83

(37,12)

0,72

Melão Espanhol

Kg

2,43

1,61

(33,74)

1,19

Mamão Formosa

Kg

23,50

43,50

85,11

23,67

Mamão Havia

Kg

0,50

0,60

20,00

0,45

Maçã Nacional 

Cx 18 Kg

1,00

1,00

0,00

1,00

Uva Itália

Cx 20 Kg

46,75

53,75

14,97

44,64

VARIAÇÃO EM REAL

 

509,00

535,89

5,28

-

3. CEREAIS

 

 

 

 

 

Açucar Cristal

Sc 50 Kg

75,90

68,75

(9,42)

60,00

Açucar Cristal

Frd 30 Kg

44,46

40,34

(9,27)

35,00

Arroz Parboilizado TP1

Frd 30 Kg

43,19

60,16

39,29

46,00

Arroz Branco TP1

Frd 30 Kg

44,57

62,09

39,31

50,00

Farinha de Mandioca TP2

Frd 30 Kg

31,23

71,71

129,62

35,00

Feijão Carioquinha TP1

Frd 30 Kg

84,90

105,62

24,41

88,00

Feijão Macassar

Frd 30 Kg

81,73

67,60

(17,29)

81,00

Feijão Preto

Frd 30 Kg

80,09

102,75

28,29

76,00

Mamona

Sc. 60kg

Sinf.

Sinf.

0,00

-

VARIAÇÃO EM REAL

 

486,07

579,02

19,12

-

4. CARNES / AVES / LATICÍNIOS

 

 

 

 

Boi Gordo

Arroba 15Kg

101,75

105,00

3,19

82,00

Carcaça Suina

Kg

5,65

5,68

0,53

4,00

Caprino/Ovino

Arroba 15Kg

135,00

150,00

11,11

120,00

Frango-Resfriado 

Kg

3,65

4,28

17,26

3,40

Frango-Congelado 

Kg

3,42

4,03

17,84

2,74

Frango-Vivo 

Kg

2,17

3,54

63,13

2,17

Leite In Natura (Produtor)

Litro

Sinf.

Sinf.

0,00

-

Leite In Natura (Indústria)

Litro

Sinf.

Sinf.

0,00

-

VARIAÇÃO EM REAL

 

251,64

272,53

8,30

-

 

 

 

 

 

 

NOTA : Os números entre parênteses representam a queda percentual no comportamento dos preços.

 

5–PONDERAÇÕES TÉCNICAS:   

Grupo I (Hortaliças/Tubérculos)  

Detectamos uma retração significativa, no nível da oferta e, por conseguinte um aumento expressivo dos preços das hortifrutícolas, comercializada no CEASA-PE., neste segundo semestre, decorrente principalmente da intensa seca que afeta quase todo nordeste, e parte do sudeste, além de outras alterações climáticas, como vendaval, geada com chuvas intensas no sul do país, prejudicando sobremaneira toda produção. Os preços médios na CEASA em novembro/12, com relação ao mesmo período do ano passado apresentaram variações positivas em real em todos os grupos pesquisados, ou seja, 66,02% nas hortaliças, 5,28% nas frutas, 19,12% nos cereais e 8,30% nas carnes.  No entanto, quando se compara o mês de novembro com o mês de outubro do corrente ano os preços das hortaliças tiveram uma oscilação negativa de (0,27%,) as frutas de (4,56%) os cereais   oscilaram positivamente em 0,86%,  e as carnes 0,74%.    

Vale ressaltar que os preços praticados na CEASA-PE são muitos inferiores aos de outros pontos comerciais. Consolidando este centro como a melhor opção de compras já que este atua como distribuidor e regulador do mercado. Faremos alguns comentários sobre as oscilações e outros que achamos pertinente.  

Abóbora  O aumento da oferta provocado pelo período de safra, que ocorre de agosto  a janeiro, com destaque para novembro, além do aumento da produção oriundos de projetos de irrigação particular, e de assentamentos, na Bahia e Sergipe, estimulados pelos bons preços praticados no primeiro semestre, dão sentido a esta grande disponibilidade do produto, e queda generalizada dos preços. A variação foi negativa de (29,09%) no preço médio de novembro/12, com relação ao mesmo período do ano passado.A tendência é de preços atrativos em nível de consumidor, no curto, médio prazo. e bem abaixo da média histórica, ou seja R$ 0,91 o quilo.Vale salientar, que entre agosto e dezembro, a oferta predominante é da Bahia e de Sergipe.    

Alface, coentro e cebolinha - por serem culturas com características de cultivo peculiar, ciclo vegetativo curto e muito susceptível as boas condições climáticas, têm oscilações abruptas na oferta e no preço.O alface - teve um aumento médio de 34,48%, o coentro - de 15,12%, apenas a cebolinha - apresentou variação negativa de (4,38%) no preço em novembro/12, com relação ao mesmo período do ano passado. Com estas oscilações, todos os valores praticados, ficaram acima  da média histórica.A tendência é de preços elevados em nível de consumidor, no curto, médio prazo, não obstante estarmos no período de safra que ocorre de agosto a janeiro, em função das limitações na oferta, provocada pelas dificuldades de cultivo com o déficit hídrico, e às alterações climáticas, como a seca que atinge o nordeste, o aumento da temperatura e insolação excessiva.  

Alho nacional – O aumento expressivo de 111,38% no preço em novembro/12, com relação ao mesmo período de 2011, deixou  os valores de comercialização muito acima da faixa média histórica, ou seja, R$ 54,30 a cx com 10 quilos, e decorre da alta do dólar, já  que 70% do nosso consumo é importado principalmente da china, maior produtor mundial, que tem um custo de produção em torno de R$ 15,00/20,00 bem abaixo do produto nacional que fica na faixa de R$ 45,00  A produção nacional gira em torno de 10 milhões de caixa de 10 quilos, isto representa 30% do nosso consumo, a produtividade média gira em torno de 18 toneladas por hectare, Goiás, Minas Gerais e o Rio Grande do Sul, são os maiores produtores do país.  Vale ressaltar, que houve uma queda de produção de 56% em Minas Gerais, que deve colher 18.000 toneladas, em função da diminuição da área cultivada, decorrente dos preços baixos praticados nas últimas safras, bem como as chuvas precipitadas fora de época em maio e junho que favoreceu o surgimento de doenças e comprometeu a qualidade do produto.A tendência é de preços elevados em nível de consumidor, em função do exposto, não obstante estarmos  no período de safra que ocorre de setembro a março.   

Batatinha – O aumento significativo de 51,54%, no preço em novembro/12, com relação ao mesmo período do ano passado decorre essencialmente da queda na oferta, decorrente do segundo intervalo  de entressafra, que ocorre de novembro a janeiro, além dos problemas climáticos que atingiram as regiões produtoras, chuvas fora de época, em maio e junho no Alto Paranaíba, em MG. Seguido de uma longa estiagem, afora a seca severa que atinge o NE., prejudicando a produção na Bahia.A tendência é de preços  elevados em nível de consumidor no curto,  médio prazo, e ligeiramente acima dos valores médios históricos, ou seja, R$ 1,43 o quilo ou R$ 71,50 o saco de 50 kg.  

Batata doce roxa – O aumento expressivo e progressivo de 38,36%, no preço em novembro/12, com relação a novembro/11, decorre essencialmente da queda na oferta, fato que temos constatado ao longo dos últimos anos, em virtude da diminuição da área de produção, causada pelo desestímulo dos produtores em função dos baixos preços praticados nos últimos anos, além da migração para o cultivo de culturas mais rentáveis, (cará são tomé) por exemplo, e este ano sobretudo  com as alterações climáticas que afetaram o país, principalmente o  nordeste, forçando a importação do produto de outros estados, como Ceará, Rio Grande do Norte e também de Sergipe, onde tem um projeto de cultivo irrigado no município de Itabaiana  no qual  a colheita é constante.  O valor médio histórico gira em torno de R$ 15,00 a arroba de 15 quilos.A tendência é de valores elevados, no curto, médio prazo em nível de consumidor, não obstante estarmos no período de safra que ocorre de julho a novembro.  

Cará São Tomé – O aumento expressivo de 158,95%, no preço de novembro/12, quando comparado com igual período do ano passado, deixou os valores de comercialização muito acima da faixa média histórica, ou seja, R$ 17,00 a arroba de 15 quilos, em função da queda natural da oferta, provocada pelo período da entressafra, que ocorre de outubro a fevereiro.Além da seca severa que atinge o nordeste, prejudicando a produção, a produtividade e consequentemente a oferta. A tendência é de preços elevados, em nível de consumidor no curto, médio prazo, em função do cenário exposto.

Cebola Pera – O aumento expressivo e progressivo de 27,42%, no preço médio de novembro/12, quando comparado com novembro/11, decorre principalmente da diminuição da oferta em nível nacional, em função das alterações climáticas, ocorridas este ano, que afetaram todas as regiões produtoras do país, como a seca no início do ano, depois chuvas torrenciais e de granizo.,este cenário provoca uma movimentação extra nos entrepostos.Outra variável altista é a seca severa que afeta o nordeste, e parte do sudeste, incluindo o vale do médio são Francisco, oeste de Pernambuco  importante região produtora, não obstante estarmos em pleno período da safra regional, que ocorre  de julho a janeiro. Os valores de comercialização estão muito acima da média histórica do período, ou seja, R$ 21,00 o saco com 20 quilos.A tendência é de manutenção de preços elevados, no curto prazo, em nível de consumidor.

Cenoura – O aumento de 4,17% no preço em novembro/12, com relação ao mesmo período do ano passado, não obstante estarmos no período de safra, que ocorre de agosto a dezembro, é o reflexo da seca severa que assolou grande parte do país, com mais de 1300 municípios que decretaram estado de emergência, sobretudo o nordeste, provocando redução do nível dos reservatórios, e diminuição da vazão dos poços, utilizados para irrigação do produto no estado da Bahia, incluindo o município de Lapão, um dos maiores produtores em nível nacional, e importante fornecedor deste entreposto.  Vale registrar, que  estamos recebendo um suporte da cenoura irrigada, produzida o ano todo em Minas Gerais, reduzindo um pouco a pressão altista.Com a diminuição da oferta e da qualidade do produto, a expectativa é de preços elevados em nível de consumidor, no curto, médio prazo.Os valores  estão muito acima da faixa média histórica, ou seja, R$ 1,10 o kg.  

Chuchu – por conta de sua produção ter alta dependência nas boas condições climáticas (sobretudo temperatura), sofre grandes oscilações na oferta e no preço.O aumento expressivo de 223,38%  no preço em novembro/12, com relação a outubro/11, no fundo é um realinhamento, pois os valores de comercialização, estavam muito abaixo da faixa  média histórica, ou seja, R$ 18,00 o cento ou R$ 0,60 o kg. A tendência, é de oscilações positivas dos preços em nível de consumidor, em função das alterações climáticas, (altas temperaturas, insolação excessiva, e déficit hídrico), além do aumento sazonal do consumo decorrente das festividades de final de ano. Vale ressaltar que ainda estamos no período de safra, que ocorre de junho a dezembro. 

Inhame da costa – O aumento expressivo e progressivo de 57,74%, no preço do produto em novembro/12, quando comparado com novembro do ano passado, decorre essencialmente da queda muito significativa da oferta, em virtude da diminuição da área cultivada e consequentemente da produção, reflexo do movimento migratório para a produção do  

cará são Tomé.Este panorama está sendo verificado nos últimos anos, em função da melhor produtividade do cará, boa aceitação por parte do consumidor, com sabor e valores nutricionais muito semelhantes ao inhame da costa.A tendência é de preços elevados em nível de consumidor no curto, médio prazo, e  muito acima da média histórica, ou seja, R$ 28,00 a arroba de 15 quilos, em função dos motivos expostos.O período de safra ocorre de agosto a novembro, no entanto o cenário continua  altista. 

Pepino – O aumento de 65,57%, no preço em novembro/12, com relação a novembro/11, deixou os valores muito acima da média histórica, ou seja, R$ 0,68 o quilo.Historicamente nos meses de outubro e novembro, ocorre um vácuo na oferta, embora estejamos no período de safra que ocorre de julho a janeiro.A tendência é de variações positivas dos preços no curto, médio prazo, em nível de consumidor, em função das alterações climáticas relevantes ocorridas este ano.  

Pimentão – O aumento de 1,18% no preço em novembro/12, quando comparado com novembro/11,decorre da queda na oferta, decorrente das dificuldades com o cultivo, provocada  pela instabilidade climática em geral, com déficit hídrico para irrigação do produto, em função da seca que afetou quase todas as regiões do país. Sobretudo o nordeste.A tendência é de oscilações positivas nos preços, no curto, médio prazo, não obstante estarmos no período de safra que ocorre entre setembro e fevereiro.  Vale salientar, que os valores estão ligeiramente acima da faixa média histórica, ou seja, R$ 16,00 o cento ou R$ 1,50 o quilo.   

Repolho – A oscilação negativa de (1,60%) no preço em novembro/12, quando comparado com novembro do ano passado, foi pontual em função provavelmente de queda da demanda.No entanto, o cenário altista persiste decorrente das dificuldades provocada pela seca, que atingiu fortemente o nordeste, prejudicando sobremaneira regiões produtoras, no agreste do estado.Outro agravante, na diminuição da oferta, é a infestação de lagarta, que se aproveita da alta temperatura e da umidade da irrigação pra proliferar, não obstante o uso de defensivos autorizados pelo ministério da agricultura. Embora o período de safra ocorra de agosto a março, a expectativa no curto, médio prazo, é de preços elevados em nível de consumidor, em função do panorama exposto. Vale registrar que estamos recebendo um aporte da região sudeste, Minas Gerais e Espírito Santo, onde o transporte é sempre um componente altista importante na formação do preço.Os valores continuam acima da faixa média histórica do período, ou seja, R$ 1,00 o kg.   

Tomate – O aumento de 36,48%, no preço em novembro/12, quando comparado com o mesmo período do ano passado, é reflexo das alterações climáticas severas, em quase todas as regiões, principalmente a seca no nordeste, e excesso de chuvas e geadas no sudeste,  influenciando diretamente na queda de produção e da oferta, e provocando o deslocamento  do produto para outros entrepostos.A tendência é de aumento discreto dos valores de comercialização, em nível de consumidor, no curto, médio prazo, não obstante estarmos no período de safra que ocorre entre agosto e fevereiro, com destaque para setembro, outubro e novembro.  Os valores de comercialização em outubro ficaram ligeiramente acima da média histórica, ou seja, R$ 1,00 o quilo ou 25,00 a cx. de 25 kg.  

Vagem – O aumento relativo de 32,02%, em novembro/12, quando comparado com o mesmo período do ano passado, deixou os valores de comercialização acima da média histórica, ou seja, R$ 2,20 o quilo, e decorre dos efeitos negativos da seca que atinge o agreste do estado, principal região produtora.A tendência é de aumentos expressivos dos preços em nível de consumidor, no curto, médio prazo, não obstante, estarmos no período de safra que ocorre de julho a fevereiro.

Sugestões de consumo: abóbora, alface, feijão verde, pimentão e tomate. 

Grupo II (Frutas) 

Abacaxi – O aumento expressivo de 49,14%, no preço em novembro/12, quando comparado com o mesmo período do ano passado, deixou os valores de comercialização bastante elevados e muito fora da faixa média histórica, que é em torno de R$ 96,00 o cento.Este panorama, decorre  essencialmente da diminuição da oferta, em função da queda na produção e da qualidade do produto decorrente dos efeitos da seca severa que assola o nordeste, região que se destaca como produtora. A tendência é de preços elevados em nível de consumidor, não obstante estarmos no período de safra do produto, que ocorre de julho a dezembro. 

Banana Pacovan – O aumento acentuado e progressivo de 90% no preço em novembro/12, com relação ao mesmo período do ano passado, é reflexo da queda na oferta e da qualidade do produto, não obstante estarmos no período de safra que ocorre entre setembro e fevereiro.A seca severa que ainda assola alguns estados nordestinos, é um fator que prejudica todo ciclo produtivo, e concorre decisivamente para a diminuição da oferta. Outra variável altista é a limitação da utilização de água para irrigação e o aumento dos custos operacionais com mão de obra e energia.Vale salientar, que o preço médio histórico gira  em torno de R$ 7,00 o cento.A tendência é de preços elevados em nível de consumidor, no curto, médio prazo.  

Coco seco – A queda progressiva e acentuada no preço (46,88%), na média de novembro/12, com relação a novembro/11, deixou os valores de comercialização abaixo dos níveis médios históricos, ou seja, R$ 84,00 o cento ou R$ 1,32 o kg, e decorre do aumento das importações de produtos derivados de países exportadores como Vietnam, Indonésia,  este último maior produtor mundial de coco.O cenário altista dos anos anteriores, decorreu da queda muito expressiva na oferta nos últimos anos, em virtude da barreira comercial que limitava a importação de produtos derivados desde 2002, vale registrar que esta proibição se expirou em 31/08/2012, abrindo espaço para as importações.Outra variável que contribuiu para os preços muito elevados, foi a erradicação de grandes áreas de coqueirais, no vale do São Francisco na Bahia, maior produtor nacional, devido aos preços aviltados praticados nos últimos anos, que não justificava os investimentos necessários para se evitar problemas fitossanitários, e obter boa produtividade. Além da concorrência com as indústrias de beneficiamento. A tendência é de normalidade do mercado e recuo discreto dos preços, com valores dentro da faixa média histórica, e atrativos  para o consumidor. Vale salientar, que o período da entressafra ocorre entre junho e novembro. Porém o panorama aponta para equilíbrio na oferta, na demanda, e nos preços. 

Coco verde – O aumento de 28,13% no preço em novembro/12, com relação a novembro/11, deixou os valores de comercialização muito acima da média histórica, ou seja, R$ 68,00 o cento. Vale salientar que houve uma diminuição da oferta, em função da entressafra que ocorre de novembro a abril, além da seca que atingiu o nordeste, acarretando déficit hídrico, e prejudicando a produção dos perímetros irrigados.Outra variável altista é o consumo maior, em função do verão, e, da  temporada de praias. A expectativa é de preços elevados para o consumidor, no curto, médio prazo, em virtude do cenário exposto.  

Goiaba – A majoração progressiva de 6,67%, no preço em novembro do corrente ano, quando comparado com o mesmo período do ano anterior, é reflexo da queda na oferta, decorrente dos efeitos negativos da grande seca que se consolidou em grande parte do país, com intensidade ainda maior no nordeste.Os valores de comercialização estão bem acima do valor médio histórico, ou seja, R$ 1,20 o quilo ou R$ 25,00 a caixa com 20 a 22 quilos.A expectativa é de preços elevados, no curto, médio prazo, para o consumidor, em função do 2º intervalo da entressafra, que ocorre de outubro a dezembro.  

Laranja pera – O mercado de laranja continua muito instável, e indefinido, mesmo no final da colheita em São Paulo, maior parque citrícola do mundo, com uma produção estimada em mais de 374 milhões de caixas de 40,8 kg. certamente  todo mercado será impactado.A oscilação positiva de 32%, no preço de novembro/12, com relação a novembro/11, deixa os valores de comercialização ligeiramente acima da faixa média histórica, ou seja, em torno de R$ 12,00 o cento, ou R$ 0,58 o quilo. E decorre principalmente dos efeitos da seca severa que incidiu sobre Sergipe e Bahia, importantes fornecedores do produto  neste entreposto.A tendência é de oscilações discretas dos preços, no curto médio prazo, em função do cenário exposto, Vale salientar que estamos no período de safra, que ocorre de junho a fevereiro.Outra variável que pode provocar oscilações na oferta e no preço no mercado interno, é o panorama da produção, estoques e demanda internacional, o Brasil exporta mais de 90% de suco concentrado, destes, 70% vai para a  União Européia, 15% para os  EUA.  o restante Japão e outros.Com a crise européia, e o embargo dos EUA por conta do  uso do fungicida Carbedazim, a situação dos produtores está muito complicada, sem colocação no mercado, este excedente provoca uma derrocada significativa dos preços sobretudo no Sudeste.   

Limão taity – Apesar da queda de (59,10%) no preço em novembro do corrente ano, com relação a novembro/11, os valores praticados continuam ligeiramente acima da média histórica, ou seja, R$ 8,00 o cento ou R$ 1,14 o quilo. Este cenário decorre do fato de que no ano passado, a partir de outubro até dezembro o preço do limão aumentou sensivelmente, provocado pela queda de 40% na produção paulista, decorrente do excesso de chuvas precipitadas no primeiro semestre em São Paulo, (que responde por 69% da produção nacional)O período de entressafra ocorre de setembro a dezembro, provoca diminuição da oferta e da qualidade do produto, sobretudo este ano em função das dificuldades inerentes aos efeitos da seca que atinge o nordeste.No entanto a tendência é de recuo dos preços, em nível de consumidor no curto, médio prazo, em busca de um realinhamento com os valores médios históricos, na medida em que o período de safra se aproxima e a produção aumenta gradativamente, reduzindo a pressão altista.

Maçã nacional – O aumento de 10,80%, em novembro/12, quando comparado com o mesmo período do ano passado, deixou os valores acima da média histórica, ou seja, R$ 39,00 a cx com 18 quilos, e decorre em função da diminuição da oferta e da qualidade, provocada pelo período da entressafra, que ocorre entre agosto e janeiro.Vale salientar que as geadas ocorridas no sul do país, principalmente em Santa Catarina, maior produtor nacional  de maçã, prejudicaram sobremaneira  os parreirais, que estavam  na fase de floração e frutificação. A expectativa é de elevação  dos preços, em nível de consumidor, no curto, médio prazo.  

Mamão hawai – A queda acentuada de (33,74%) no preço em novembro/12, com relação ao mesmo período do ano passado, decorre essencialmente do aumento da produção e da oferta sobretudo no Espírito Santo, maior produtor nacional, além do redirecionamento mercadológico da fruta do mercado externo para o interno, apesar deste cenário, os valores de comercialização continuam ligeiramente acima da média histórica, ou seja, R$ 1,20 o quilo, em função do período de entressafra que ocorre de julho a dezembro. A tendência é de preços atrativos em nível de consumidor no curto médio prazo, em função do panorama exposto.

Maracujá  - O aumento expressivo de 85,11% no preço em novembro/12, quando comparado com o mesmo período do ano passado, deixa os valores de comercialização muito acima da média histórica, ou seja, em torno de R$ 24,00 o cento ou R$ 1,78 o quilo.O período de entressafra ocorre de agosto a dezembro, com destaque para setembro e outubro. A expectativa  portanto, é de preços elevados, no curto  prazo, em nível de consumidor, já que houve uma redução no número de produtores, desestimulados pela gangorra dos preços, e pelo elevado custeio, com mão de obra, fertilizantes e defensivos, além do investimento com estacas e arame.Outra variável altista importante, foi a seca que assolou todo nordeste, prejudicando sobremaneira a produção e a produtividade.  

Melancia – O aumento de 20%, no preço em novembro/12, quando comparado com igual período do ano anterior, deixou os valores de comercialização superiores à média histórica, que é em torno de R$ 0,45 o quilo.Este panorama decorre essencialmente da diminuição da oferta e da qualidade do fruto, reflexo do aumento dos custos de produção, decorrente da seca, que aflige a região nordestina, gerando déficit hídrico na planta, impedindo seu desenvolvimento vegetativo, além das altas temperaturas que provoca o aborto da floração e queda do fruto.  A tendência é de preços elevados em nível de consumidor, no curto, médio prazo, e acima dos níveis médios históricos, não obstante estarmos  no período de safra, que ocorre de setembro a fevereiro.  

Melão espanhol – A regularidade da oferta, decorrente do período de safra, que ocorre de setembro a fevereiro, estabilizou os preços em novembro/12, com relação a novembro/11, e deixou os valores de comercialização absolutamente dentro da média histórica, ou seja, R$ 1,00 o quilo. Estamos em pleno  período de safra, com oferta  abundante e  boa qualidade do fruto, com o melão tipo exportação, redirecionado  para o mercado interno.Os estados do CE e RN, são os maiores produtores  e exportadores de melão do país,  estão com uma boa produção nos perímetros irrigados, portanto a  tendência é de manutenção e oscilações moderada dos preços em nível de consumidor, no curto, médio prazo.      

Uva Itália  - O período de entressafra que ocorre entre outubro e abril, provoca queda na oferta, e aumento relativo de 14,97% no preço em novembro/12, com relação ao mesmo período do ano passado.Os valores de comercialização estão acima da faixa média histórica, ou seja, R$  2,50 o quilo ou 45,00 a caixa com 18 kg. A tendência é de aumento gradativo dos preços, em nível de consumidor, no curto, médio prazo, em função dos efeitos da seca que atingiu grande parte do país, sobremaneira o nordeste.Outra variável que concorre para o aumento dos preços é a queda prevista entre 20% e 30% na produção da uva de mesa, nos municípios de Jundiaí e Tupi, ambos em SP. Provocada pela estiagem no sudeste neste segundo semestre, além do aumento natural do consumo, por conta das festividades de final de ano.    

Sugestões de consumo: coco seco, melancia, melão espanhol, e Graviola.

Grupo III (Cereais/Oleaginosas).

Açúcar - A conjunção dos fatores abaixo relacionados, justifica o recuo progressivo de (9,27%), no preço em 12 meses, R$ 44,46  em novembro/11, e R$ 40,34 em novembro/12, o fardo de 30 kg. A variação mensal também foi negativa (1,01%) no preço em novembro/12, com  relação a outubro/12, O valor médio histórico é de R$ 35,00 o fardo de 30 quilos. 1º O incremento da produção do sudeste do país em novembro, para compensar o atraso provocado pelas chuvas dos meses anteriores, gerou uma super-oferta no mercado externo, influenciando diretamente o mercado interno.A previsão é de uma produção total de açúcar de 38,99 milhões de toneladas, 2012/13, ou seja, 8,41% a mais que a de 2011/12, o Brasil é o maior produtor e exportador mundial de açúcar.  2º O Aumento dos estoques globais, e da produção mundial, em 2012, oriunda principalmente da Tailândia, Austrália, Rússia e Europa, têm provocado queda dos preços da commodity nas bolsas internacionais. A tendência do mercado interno é de oscilação negativa dos preços em nível de consumidor, no curto,  médio prazo reflexo do cenário exposto.  Vale salientar que estamos entrando na reta final da colheita da safra do centro-sul, e em plena colheita da nordestina.   

Arroz Parboilizado – O aumento expressivo e progressivo de 39,29%, no preço em novembro/12, com relação a novembro/11, confirmou a tendência altista, em função dos fundamentos abaixo relacionados.: A quebra da safra nacional, 2011/12, estimada em 11.600, contra 13.613 milhões de toneladas em 2010/11, (14,8%)  provocada principalmente pela seca que atingiu o Rio Grande do Sul no início do ano, este o maior produtor nacional, e pela redução de 13,9% da área plantada. O atraso no preparo das áreas de produção da safra 2012/13, que normalmente de setembro a novembro já estão prontas para o plantio, este ano com a falta de água nos mananciais, houve um retardamento no  cultivo do arroz.  Medidas governamentais adotadas, com o objetivo de escoar os estoques, e equilibrar oferta e demanda, principalmente agora com a colheita da safra 2011/12 Outra variável importante, é o aumento das exportações, do produto nacional, invertendo um cenário recente  com importações  do Mercosul, sobretudo do Uruguai. A tendência, é de aumento dos preços, no curto, médio prazo, em nível de consumidor, e valores bem acima da faixa média histórica, que é, R$ 46,00 o fardo de 30 quilos.  

Feijão carioquinha – O mercado está muito oscilante, em função das perdas da safra total, que dos 3.732 milhões de toneladas em 2010/11, caiu para algo em torno de 2.899 milhões de toneladas em 2011/12, queda de 22%, em valores absolutos isto significa 833.000 mil toneladas de feijão, a menos no mercado.  Essa realidade resultou em um aumento médio de 24,41% no preço em novembro/12, com relação ao mesmo período do ano passado, deixando os valores muito elevados, e fora da faixa média histórica, que é de R$ 88,00 o fardo com 30 quilos.Este cenário é reflexo das dificuldades dos produtores na comercialização das safras dos últimos anos com preços muito baixos e oscilantes, desestimulando o plantio, e acarretando uma migração para culturas mais rentáveis, caso da soja e do milho.Além dos problemas climáticos, no decorrer desse ano, (seca e geadas) no centro-sul do Brasil, com perdas importantes em São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Outra variável muito importante neste ambiente de alta foi a seca severa e configurada que assolou quase todo nordeste, sobretudo a Bahia, notadamente, a importante região produtora de feijão de Irecê, onde as perdas ficaram em torno de 80%. A tendência é de oscilações positivas dos preços no curto prazo,  não obstante a comercialização da segunda safra em MT(181.000t – ¾ caupi) e da terceira safra em Goiás, plantada entre abril e agosto,  porém  não o suficiente para suprir  as perdas do conjunto de safras.  Os valores continuam bastante elevados em nível de consumidor.

Grupo IV (Carnes e Laticínio).  

Boi gordo – O aumento de 3,19%, no preço da arroba em novembro/12, com relação a novembro/11, foi provocado pelo crescimento da demanda, decorrente da migração dos consumidores da carne suína e principalmente da de frango, que ultimamente tiveram majorações significativas, por conta do aumento substancial dos grãos – milho e soja, elementos básicos na composição da ração. O mercado se apresenta com uma oferta maior de animais para abate, já que o prolongamento das chuvas aumentou a disponibilidade das pastagens.    A quantidade de animais dos confinamentos está muito aquém, do que normalmente é disponibilizado aos abatedouros, por conta do aumento substancial dos grãos (commodities).A expectativa é de  oscilações positiva dos preços, sobretudo nesta época quando a demanda aumenta naturalmente, em função das festividades e comemorações de final de ano.

Frango – Os aumentos expressivos ocorridos no preço em novembro/12, com relação a novembro do ano passado, deixaram os valores de comercialização muito acima da média histórica, e, decorre  essencialmente do aumento nos custos de produção, já que a base da ração, o milho e a soja, são commodities que estão muito valorizadas no mercado interno e externo.A tendência é de aumento ainda maiores nos preços, em nível de consumidor, principalmente agora com o crescimento espontâneo da demanda.  

Recife, 30 de novembro de 2012 

Marcos Antônio Barros

Chefe do Setor de Informações de Mercado Agrícola 

Fonte : SIMA - PE (DISQUE CEASA FONE : 3182-3545  - 08002813966  -  FAX:  3182-3534
Elaboração : Departamento Técnico/Supervisão de Informação e Acompanhamento de Mercado
Acesso a internet : www.ceasape.org.br
 

 

Fonte: DETEC