Recife, Pernambuco - Brasil

01/12/2014 - Estado tem foco em inovação

Entrevista/ Abraham Sicsu - Doutor em Economia e presidente da Facepe

Graduado em engenharia de produção pela Universidade de São Paulo, em 1976, doutor em economia pela Universidade Estadual de Campinas, dentre outros diplomas, o professor Abraham Sicsu assumiu a residência da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe), em outubro. Contudo, ele “está” na Fundação desde o início, pois viu de certo o seu nascimento, em 989. Em entrevista Folha de Pernambuco, o docente falou dos desafios do órgão ara os próximos nos e das novas ações para fomentar o desenvolvimento da ciência, tecnologia e novação no Estado.

Folha de Pernambuco -Vinte e cinco anos depois de criada, quais são as missões da Facepe?

Abraham Sicsu - A Facepe é uma ação de Estado desde o início, ou seja, independente do governo ela tem suas diretrizes sólidas, que mantém ao longo dos anos as suas ações. É uma fundação de amparo à ciência, tecnologia e inovação que tem como dever primeiro consolidar essas áreas com qualidade e permitir a ligação com o desenvolvimento econômico de Pernambuco. Além de apoiar grupos de excelência, emergente e de iniciação científica, o nosso papel é, também, apoiar o Estado na criação de ambientes de inovação.

 Inclusive investir em parques tecnológicos e incubadoras é algo novo para a Facepe, não é? 

AS - Em Pernambuco existe uma política de estado muito forte que visa a criação de ambientes de inovação, isso quer dizer espaços como os parques tecnológicos e as incubadoras. Por isso, neste semestre abrimos um edital para essas áreas e fomos surpreendidos com mais projetos do que o orçamento permitia, e projetos de qualidade.

A Facepe tem como uma de suas atribuições garantir bolsas de estudos a mestrandos e doutorandos.Atualmentesão2.265 bolsas pela fundação de pós graduação. É suficiente para o universo de graduados que temos em Pernambuco?

Considero um número de bolsas muito significativo. Hoje, elas representam um investimento demais de 40% do nosso orçamento e temos uma meta de crescimento de 10% de bolsas para mestrado e doutorado por ano, algo em torno de 600 novas bolsas. Mas, é importante chamar a atenção para a área, também, de iniciação científica, onde temos mais de 200 bolsas. O valor da bolsa ainda é pouco atrativa, mas temos parcerias com empresas que ajudam a incrementar esses financiamentos.

A internacionalização da Facepe será uma prioridade na sua gestão à frente da presidência da fundação?

Sem dúvidas a Facepe tem que pensar como consolidar essa área de internacionalização. Já temos convênios importantes com países europeus como Espanha, Itália, França e mais recentemente com a Fundação Newton, da Inglaterra. Esse intercâmbio só faz comque os nossos mestres e doutores se diferenciem no mercado. O Estado também começa a ficar mais competitivo, pois as empresas veem que aqui tem pesquisadores que podem contribuir com o desenvolvimento das cadeias produtivas.

Qual o outro grande desafio da Facepe para os próximos anos?

 

AS - A interiorização das universidades foi a grande transformação social que este País viveu nos últimos anos. Ao mesmo tempo, isso traz para a Facepe o desafio de chegar até esses acadêmicos. Nossa preocupação com o interior fica clara quando você analisa os nossos editais, a maioria deles tem como critério d prioridade os pesquisadores do interior. A interiorização do ensino superior ainda esta sendo consolidada em termos de qualidade, mas não simples.


Fonte: Folha de Pernambuco