Ceasa Pernambuco

Mercado

14Jan2013

Bagaço da cana seria plano B

Com os reservatórios das hidrelétricas em baixa e o iminente risco de racionamento de energia, mesmo o Governo Federal garantindo que essa medida não está cogitada em nenhum aspecto, o setor sucroenergético pede urgência para que haja um programa de incentivos para a geração de energia por biomassa, em especial a partir da cana-de-açúcar. Em Pernambuco, o maior defensor deste “plano B” é o Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE).

Atualmente, a nível nacional, o setor gera quatro mil gigawatt (GW), mas tem potencial para a produção de mais de dez mil. A proposta é que haja investimentos das térmicas de biomassa com caldeiras de alta pressão, para secar melhor o bagaço da cana-de-açúcar, retirar sua umidade, e melhorar a geração calorífica. “É preciso criar forças para outras energias”, disse o presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha.

De acordo com ele, esta energia limpa é a melhor saída para evitar problemas como estes vivenciados pelo setor. “As colheitas (da cana) acontecem no verão, então haveria a geração (de energia) no momento importante para economia de água, já que as hidrelétricas são responsáveis por mais de 70% da geração de energia do País”, explicou o presidente do sindicato. “A postura mais adequada é enfrentar a crise, partindo para soluções alternativas”, opinou.

Embasado neste aspecto, Renato Cunha disse que irá levar o tema para discussão no Ministério de Minas e Energia (MME), no próximo dia 23 de fevereiro, quando haverá a primeira reunião do setor sucroalcooleiro com representantes do MME, em Brasília. “É o inicio da conversa com o Governo Federal”, sinalizou.

Segundo suas estimativas, caso haja incentivo para o aumento da produção de energia pelo bagaço da cana-de-açúcar, pelo menos 20 milhões de toneladas da cultura de canavial terão novo mercado, diminuindo os prejuízos com a produção do etanol, que vem perdendo competitividade no mercado.

Atualmente, o bagaço da cana representa apenas 4% da matriz energética brasileira. “É preciso rever os preços para que a biomassa seja mais atraente nos leilões (da Agência Nacional de Energia Elétrica)”, criticou Renato Cunha. Dados do mercado indicam que o custo para a geração de apenas 1 quilowatt (kW) de energia limpa é de R$ 2,5 mil.

Notícias