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20Mai2013

Caqui, pera e maçã irrigadas no Semiárido

Caquis, peras e maçãs – frutas de clima temperado – estão tendo as suas primeiras colheitas no Vale do São Francisco, tradicional polo de produção de manga e uva no Estado. As novas culturas estão sendo introduzidas em parceria com 15 produtores dos perímetros irrigados Nilo Coelho e Bebedouro, ambos em Petrolina, a 714 km do Recife.

“Iniciamos os plantios experimentalmente na própria Embrapa. Depois, fizemos vários experimentos em parcerias com os produtores porque eles já têm a mão de obra e alguns iniciaram um plantio comercial”, diz o pesquisador da Embrapa Semiárido, Paulo Roberto Coelho Lopes. As variedades cultivadas não são mais adaptadas ao calor. “O que muda é o manejo, mas são usados os mesmos produtos dos plantios feitos no Sul e Sudeste”, explica Paulo, acrescentando que são necessários pelo menos, mais três anos, para constatar a viabilidade econômica dessas novas culturas. “Até agora, os resultados apontam para uma boa produtividade”, diz.

Na argumentação dele, mesmo se o custo de produção for um pouco mais alto vale a pena cultivar essas plantas no Vale do São Francisco. “As despesas com logística serão menores e muitas dessas frutas poderão ser produzidas em qualquer época do ano”, comenta. O caqui, a pera e a maçã são produzidas durante um curto período de safra no Sul e Sudeste do País e percorrem até 4 mil quilômetros para chegar ao Nordeste.

A possibilidade de poder vender caqui na época em que não existe safra no País motivou o produtor Paulo Sérgio Nogueira a implantar quatro hectares de cultivo dessa fruta na sua propriedade de 40 hectares. “Acompanhei os experimentos da Embrapa e percebi que a oferta de caqui no segundo semestre é muito pequena e estamos nos preparando para fazer a comercialização nessa época”, comenta. Os primeiros frutos deverão ser colhidos no final de 2014.

O projeto de implantação de novas culturas está sendo feito numa parceria entre a Embrapa Semiárido e a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (Codevasf). Este ano, deverão ser investidos R$ 357,1 mil no projeto via um termo de cooperação assinado entre a Embrapa e a Codevasf. Os recursos são bancados pela última. A pesquisa e implantação de novas variedades de frutas são uma antiga reivindicação dos produtores daquela região.

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