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22Fev2013

Falta feijão verde na mesa

Com pouca oferta, feijão verde pode alcançar preços de até R$ 10 o quilo para o consumidor (TERESA MAIA/DP/D.A.PRESS)

Com pouca oferta, feijão verde pode alcançar preços de até R$ 10 o quilo para o consumidor

Um produto comum na mesa dos pernambucanos, o feijão verde está escasso no mercado e tem alcançado preços no varejo que podem chegar aos R$ 10, o quilo. A explicação está na seca, que afetou a produção, provocando uma situação que não deve se alterar pelo menos até o mês de dezembro.

“Não temos dados exatos sobre o feijão verde, mas é certo que a produção foi bastante afetada com a estiagem. A seca afetou as produções de boa parte de Pernambuco, da Paraíba e do Ceará. Embora esteja chovendo em algumas regiões, como no Maranhão e em parte do Piauí, do Ceará, da Paraíba e do Rio Grande do Norte, essas chuvas não são suficientes para atender às necessidades da agricultura”, explica Antônio Félix, pesquisador do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA).

Segundo informações do Ceasa (Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco), a queda na produção de feijão verde está estimada entre 40% e 50%, resultando numa variação no preço do produto. “Hoje o quilo do feijão verde aqui no Ceasa está entre R$ 2,50 e R$ 3. Em fevereiro do ano passado, o quilo era vendido por R$ 2; é uma variação de até 50%. A oferta caiu bastante”, conta o diretor técnico-operacional do Ceasa, Paulo de Tarso.

Com a escassez do feijão verde tem aumentado uma prática antiga de ‘pintar’ o feijão macassar de verde. “Tem acontecido mais e o feijão verde tem uma característica: depois de debulhado, ele vai perdendo a cor. Temos realizado pesquisas no IPA, em parceria com a Embrapa, para desenvolver um feijão naturalmente verde, mesmo depois de seco”, continua Antônio Félix.

O pesquisador, que viajou recentemente para várias regiões atingidas pela seca, relata que a estiagem tem afetado outras culturas. “Entre as mais prejudicadas estão as hortaliças folhosas. Algumas já tiveram os preços reajustados até 400%. Mesmo em lugares onde agora está caindo alguma chuva, numa temperatura em torno de 40 graus, é praticamente impossível cultivar. Até espécies bastante resistentes à falta de água, como a palma, estão secando”, completa Antônio Félix.

Ele ressalta que, como o regime de chuvas varia bastante entre as regiões do estado e da região Nordeste, é difícil que as previsões de precipitação servirão para melhorar a situação vivida atualmente. “No Sertão deveria estar chovendo entre janeiro e março; no Agreste, a previsão é entre maio e julho. Acredito que até dezembro teremos uma situação ainda difícil”.

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