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04Mar2013

Mosca-da-fruta vira praga no Vale do São Francisco

Em época de safra, o Vale do São Francisco enfrenta o aumento da população de moscas-da-fruta, inseto-praga que ataca diversas culturas e causa prejuízos à agricultura brasileira. Segundo a gerente de Defesa e Inspeção Vegetal da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro), Raquel Miranda, a portaria publicada na semana passada no Diário Oficial do Estado atualiza a exigência de controle da praga. “De 2011 pra cá, houve um aumento significativo no ataque dessas moscas no Vale, que prejudica principalmente as culturas de manga e uva. Queremos que todos os produtores façam esse manejo integrado”, diz.

Essas frutas causam mais preocupação por causa das exportações para os Estados Unidos. Raquel diz que existe uma tolerância no acordo bilateral entre EUA e Brasil. “Eles têm lá o controle dessas moscas, então não aceitam frutos contaminados. Por isso, os produtores que exportam têm que ter monitoramento”, comenta. Trata-se da Mosca/armadilha/dia (MAD), que acompanha os índices populacionais do inseto. “A partir de 1%, o MAD já não pode exportar”, explica.

Raquel diz que o controle da praga é feito pelos próprios produtores quando a proliferação está em um nível que prejudique as exportações. O controle pode ser químico (com pulverização com produto registrado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), cultural (com a colheita dos frutos) e biológico (com a técnica do inseto estéril). Raquel explica que a empresa que faz esse tipo de controle e monitoramento no Vale do São Francisco é a Mosca Med Brasil. “Eles criam moscas em laboratório, irradiam as larvas dos machos, que são estéreis, e soltam em campo. A Mosca Med é que executa o monitoramento no Vale do São Francisco e nós (Adagro) a fiscalizamos”. O controle químico da mosca-da-fruta é o método mais rápido e eficiente. A portaria publicada estipula o controle em cultivos comerciais e não comerciais. “Os produtores têm que fazer o MIP (Manejo Integrado de Praga), que pode integrar as três formas de controle”, ensina Raquel.

Além da manga e da uva, outras frutas como acerola e goiaba também são hospedeiras do inseto. “Temos a regional em Petrolina e a fiscalização é in loco, observando as armadilhas. As fiscalizações são mensais, feitas em várias propriedades, aleatoriamente. Com a portaria, a gente vai poder exigir que o produtor faça esse controle”.

Saiba mais
A mosca-da-fruta põe o ovo dentro do fruto e a larva se desenvolve ali, se alimentando da polpa. Segundo a Adagro, as espécies de maior importância econômica são as do gênero Bactrocera, Anastrepha e Ceratitis; as duas últimas são predominantes do Vale do São Francisco, com destaque para a espécie Ceratitis capitata (mosca-do-mediterrâneo).

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