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Mercado

26Nov2012

Semiárido produzirá sementes

Semiárido pernambucano será estimulado a produzir sementes para atender a demanda do mercado. A decisão tomada pelo governador do Estado, Eduardo Campos, tem por objetivo possibilitar à economia local a geração de emprego e renda para os pequenos agricultores. Somente em 2012, das quatro mil toneladas de sementes necessárias para o atendimento do Programa Terra Pronta e Distribuição de Sementes (2012/2013), que beneficiará 100 mil famílias, 2,3 mil toneladas foram adquiridas da Associação dos Produtores de Semente do Cedro (Apocedro).

De acordo com o secretário de Agricultura e Reforma Agrária, Ranilson Ramos, fomentar o Estado é o mote do projeto. “Esperamos comprar sementes do próprio Estado. Com isso, pretendemos transformar a Região em um centro de produção de sementes”, declara. A iniciativa não só visa atender a demanda de Pernambuco, como também se amplia para todo o semiárido nordestino.

“Em 2010, o Estado distribuía três mil toneladas para 70 mil famílias. Este ano, aumentamos para 100 mil famílias e vamos distribuir quatro mil toneladas”, revela o secretário. A estimativa é gerar R$ 14 milhões em faturamento. “Antes, nós comprávamos as sementes do Centro-Oeste do País, gerando emprego e renda fora do nosso Estado. Agora não, vamos estimular a produção local”, assegura Ramos.

Atualmente já foram distribuídas, nas unidades de beneficiamento do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), em Petrolina e Ibimirim, 270 toneladas de sementes de feijão e 300 toneladas de milho. A Aprocedro atende 100 produtores familiares integrados, não só em Cedro, Sertão pernambucano, mas também em municípios de Petrolina, Cabrobó, Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande.

Segundo o responsável técnico da Aprocedro, Paulo Lima, a logística vai funcionar através do Estado. “O Governo vai comprar dos agricultores daqui e vai distribuir para os agricultores familiares plantarem. Para o agricultor que vender para o Estado, dependendo da produtividade, haverá um retorno entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil por hectare. A Aprocedro é responsável por fiscalizar a produção, para que a semente atinja as qualidades adequadas”, diz Lima.

A professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Monalisa Diniz, da unidade de Serra Talhada, comemora a ideia, porém outros gargalos precisam ser estudados. “A medida é louvável, mas existem outros fatores que merecem o olhar dos órgãos públicos, como a falta de água, por exemplo. A água é um fator condicionante para a semente germinar, é por isso que deve haver um programa paralelo para dar suporte aos pequenos agricultores. O que me preocupa é a falta de suporte para a estiagem”, comenta Monalisa.

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