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18Fev2013

Uso do sal deve ser controlado

Refrigerantes, comidas enlatadas e industrializadas. Esses tipos de alimentos estão bastante presentes na dieta de qualquer brasileiro. O que muitos não sabem é que eles são os principais vilões quando o assunto é a quantidade de sódio, popularmente chamado de sal de cozinha, o qual tem um papel importante no equilíbrio do corpo, mas se consumido abusivamente, pode ser um dos grandes responsáveis pelo aumento da pressão arterial. Essa elevação pode vir a causar desde a hipertensão, a consequências mais graves, como os infartos e os Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) ou, até mesmo, problemas renais.

De acordo com o cardiologista Paulo Sérgio, o sódio é um íon que tem como função básica equilibrar as pressões internas das células, entre os líquidos intra e extracelulares, ou seja, que estão dentro e fora dela. Durante esse processo, o sódio acaba retendo líquidos, e à medida que isso acontece, a pressão arterial se eleva. “Por isso que quem tem pressão alta deve evitar a ingestão de sal, pois ela pode causar tanto infartos, quanto derrames cerebrais e trazer problemas ao funcionamento normal dos rins. As doenças cardiovasculares, por exemplo, são as responsáveis por um terço das mortes que ocorrem atualmente”, declarou o médico.

Ainda segundo o especialista, o sal não foi descoberto como um tempero, mas sim, como um conservante, por impedir a proliferação de bactérias e, a partir daí, passou a ser comumente usado, inclusive, para dar gosto às comidas. “O que as pessoas, às vezes, esquecem é que existem outros temperos naturais, como o limão. É por esses motivos que recentemente foi criada uma lei para a redução da substância nos alimentos processados”, explicou o cardiologista. Conforme ele, a Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que cada pessoa consuma menos de cinco gramas de sal por dia e, em apenas um pacote de salgadinho, por exemplo, possui um grama da substância. “Por isso que se deve evitar comidas industrializadas. As empresas têm a tendência de aumentar o sódio para prolongar o prazo de validade, mas sem considerar o mal que isso causa aos consumidores”, disse.

A condutora escolar Patrícia Soares, de 47 anos, sempre seguiu as orientações dos médicos. Praticava atividades físicas e se alimentava de comidas com baixo teor de sódio ou, nos casos das caseiras, quase sem sal. Porém, há dois anos, após passar por um tratamento contra o câncer de mama e ganhar alguns quilos, a condutora se descobriu hipertensa. “Hoje em dia eu faço uso de duas medicações, que, inclusive, não estão dando mais tanto vencimento. Nunca tive sintomas, descobri durante uma consulta de rotina. Agora, não consigo mais me exercitar como antes, então só faço caminhadas regularmente”, comentou. Ainda de acordo com o cardiologista, pesquisas realizadas nos Estados Unidos constataram que se as pessoas baixassem a quantidade de sal para três gramas por dia, aconteceria uma diminuição de 100 mil infartos no mesmo período. “Claro que existem outras causas da doença, como herança genética, estresse e se a pessoa estiver acima do peso, mas a redução do alimento pode ajudar e muito”, finalizou.

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